O que é o Glaucoma?
Glaucoma é a doença que causa aumento da pressão intraocular, levando a dano no nervo óptico. Existem algumas doenças que cursam com essas duas patologias e também o glaucoma é uma importante complicação do transplante de córnea.
Associado ao Transplante de Córnea Penetrante
O transplante de córnea apresenta uma taxa de sucesso de 90% no primeiro ano, mas podem ocorrer complicações. O glaucoma é a segunda causa mais frequente de insucesso do transplante.
Os fatores de risco são: receptor acima de 60 anos, não ter o cristalino, ter glaucoma pré-existente à cirurgia, transplante por ceratopatia bolhosa, sequela de infecção por herpes ou trauma, procedimentos combinados (associado a cirurgia de retina ou catarata) e não ser o primeiro transplante.
Os mecanismos que desencadeiam o glaucoma estão relacionados com a cirurgia em si, com a mudança da conformação do olho ou pelo uso de corticóide tópico (necessário para evitar a rejeição). O tratamento pode ser com uso de colírios ou ser necessário cirurgia anti-glaucomatosa. O importante é o acompanhamento regular para o rápido diagnóstico e tratamento.
Síndrome ICE (Síndrome Endotelial Iridocorneana)
É uma doença unilateral, não hereditária, que acomete mais mulheres da cor branca a partir dos 30 anos de idade. Ocorre alteração no endotélio corneano, anormalidades progressivas da íris, seio camerular, córnea e glaucoma. Apresenta uma evolução rápida e progressiva.
Existe três subtipos:
- Atrofia progressiva da íris: presença de distorção da pupila (corectopia), atrofia da íris e formação de buracos na mesma;
- Síndrome de Chandler: edema de córnea com valores normais de pressão intraocular é o quadro mais comum.
- Síndrome de Cogan-Reese: há a presença de lesões nodulares e pigmentadas da íris
O quadro clínico se apresenta com baixa acuidade visual, dor, anormalidades na íris, edema de córnea unilateral e glaucoma. Pode ocorrer também alterações no cristalino, criando uma membrana sobre a sua superfície. O Glaucoma ocorre por oclusão da área de drenagem do líquido de dentro do olho (o humor aquoso) ou por criação de uma membrana ou por aderências da íris com esse local de drenagem.
O tratamento pode ser feito com colírios para o controle da pressão intraocular e redução do edema da córnea. Nos casos mais avançados pode ser necessário cirurgia anti-glaucomatosa e transplante de córnea.
Distrofia Polimorfa Posterior
É uma doença rara, bilateral e de herança familiar autossômica dominante. Acomete adultos jovens e se apresenta com alterações corneanas, adesão da íris com a córnea, atrofia da íris e corectopia. Glaucoma pode estar presente em 15% dos casos. A maioria dos casos se apresentam de forma assintomática, ou seja não necessitam de tratamento. Caso necessário ele é muito similar ao feito para a Síndrome ICE.
Anomalia de Peters
Doença que se apresenta ao nascimento com opacidade corneana central bilateral, devido a ausência localizada de endotélio e descemet (membranas mais internas da córnea). O tipo 1, é caracterizado por adesões iridocorneanas (iris aderida na córnea) e o tipo 2 caracterizado por adesões do cristalino com a córnea. Essa doença está associada a mal formações sistêmicas (lábio leporino, baixa estatura, anormalidades no ouvido externo, alteração cognitiva, entre outros) e oculares, como, glaucoma congênito, microcórnea e aniridia.
Síndrome de Axenfeld-Rieger
Essa doença se caracteriza por alteração anatômica do ângulo camerular (espaço formado pela junção da córnea, esclera e íris), com a anteriorização da linha de Schwalbe (linha que delimita o final do endotélio e da descemet), que chamamos de embriotóxon posterior. Essa doença acompanha alterações na íris e glaucoma em 50% dos casos e acomete crianças e adultos jovens. Pode estar presente alterações sistêmicas, como anormalidades do esqueleto, do crânio, da face e dos dentes.
Quanto antes o diagnóstico de glaucoma for feito por seu médico, melhores são as chances de um tratamento com sucesso. Se precisar de uma consulta, clique aqui.