Você sabe o que é alergia ocular?
Conjuntiva ocular
A conjuntiva ocular, assim como o trato respiratório, pode ser um alvo de reação alérgica aguda. A conjuntiva é a membrana mucosa que cobre a maior parte do olho e cobre as partes internas das pálpebras. A anatomia e a fisiologia da conjuntiva é similar à da mucosa nasal, e reações alérgicas nos dois tecidos são similares.
Os alérgenos são substâncias que geram alergia em pessoas predispostas, como pólen, ácaros, pó e pelo de animais. Quando essas substâncias entram em contato com a conjuntiva ocular são processados pelas nossas células de defesa, que, por sua vez, desencadeiam uma resposta inflamatória mediada por anticorpo IgE na maioria dos casos.
Identificando a alergia ocular
Os sinais e os sintomas da alergia ocular são: conjuntiva edemaciada, olhos vermelhos, secreção aquosa e coceira. Isso ocorre devido a substâncias, como a histamina, que são liberadas em resposta aos alérgenos. Dessa forma, essa conjuntivite não é contagiosa, ou seja, não é causada por vírus ou bactéria.
Pacientes com alergia ocular geralmente têm uma história prévia de atopia (predisposição a doenças alérgicas como asma, rinite e dermatite atópica) ou alergia à alguma substância específica. Além disso, a herança genética também é um fator importante e bem documentado.
Tipos de alergia ocular
- Conjuntivite Alérgica Sazonal
- Conjuntivite Alérgica Perene
- Alergia de Contato
- Ceratoconjuntivite Vernal
- Ceratoconjuntivite Atópica
Conjuntivites Sazonal e Perene
As conjuntivites Sazonal e Perene são as mais comuns, afetando 15 a 25% da população. A Sazonal está relacionada à exposição ao pólen, sendo mais comum no período da primavera e do verão, enquanto que a Perene está relacionada ao pó e aos ácaros e pode se apresentar durante o ano todo. Ambas se apresentam como conjuntivite bilateral, e os olhos ficam vermelhos, inchados, com secreção aquosa e coceira.
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Alergia de contato
Ocorre quando algo entra em contato direto com o olho, e uma alergia específica àquela substância se desenvolve. As substâncias mais comumente associadas são: hera venenosa, carvalho venenoso ocidental (plantas alergênicas), neomicina, níquel, látex, atropina, pelo de gato.
Esse tipo de alergia pode acometer as pálpebras e a conjuntiva e se apresenta com vermelhidão das pálpebras e conjuntiva, edema e coceira. O ato de esfregar os olhos pode piorar os sintomas.
O primeiro contato com a substância pode ser assintomático, e, após uma re-exposição, os sintomas aparecem e podem ter um pico entre o segundo e o quinto dia da exposição. Essa resposta inflamatória, diferente das demais, é mediada por linfócitos e é chamada de hipersensibilidade tardia.
Ceratoconjuntivite Vernal
A Ceratoconjuntivite Vernal é uma doença mais severa, de climas quentes, afeta principalmente crianças e tende a melhorar com a idade, geralmente havendo resolução do quadro aos 20 anos. Os pacientes frequentemente possuem uma história prévia de alergia ao pólen ou de doenças atópicas como dermatite atópica, rinite ou asma.
O quadro se apresenta com fotofobia (aversão a luz), prurido intenso e incapacitante. Pode acometer a córnea, com ceratite puntata (pequenos pontos de defeito epitelial), placas cinzentas subepiteliais e úlcera de córnea. Afeta a visão se não houver tratamento e acompanhamento adequados.
Na conjuntiva tarsal superior (parte interna da pálpebra superior), observam-se nódulos, que são chamados de papilas gigantes pelo seu grande tamanho e são repletas de células inflamatórias e edema. Podem se observar também os nódulos de Tantras, localizados na região limbar (limite entre a conjuntiva e e córnea) e que contém células inflamatórias no seu interior.
Ceratoconjuntitive Atópica
A Ceratoconjuntitive Atópica também é um quadro mais grave e é a manifestação ocular da dermatite atópica. Se apresenta com lesões eczematosas nas pálpebras e conjuntivite alérgica, podendo apresentar papilas gigantes e nódulos de Tantras assim como na Ceratoconjuntivite Vernal. O paciente com este tipo de alergia ocular pode desenvolver um tipo específico de catarata pela doença de base ou pelo uso de corticoide. O quadro pode ser muito similar ao da Ceratoconjuntivite Vernal, no entanto, a Ceratoconjuntivite Atópica pode persistir por toda a vida.
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